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O pai também amamenta

Não directamente, mas o pai também amamenta.

Fugindo um pouco aos assuntos normais do blog, hoje venho falar de um tema que me é muito relevante: a amamentação.

E o que tem um homem a dizer sobre isto…?

Ontem (dia 7 de Agosto) foi o último dia da Semana Mundial da Amamentação.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que os bebés devem ser amamentados em exclusivo até aos primeiros 6 meses de vida.

E que se deve manter (pelo menos) até aos dois anos, período durante o qual o bebé recebe alimentação complementar.

Como casal, optámos por cumprir estas recomendações, e o L amamentar até deixar de fazer sentido para ele.

Digo como casal, porque, apesar de a mãe ser a mais sacrificada neste sentido, o pai tem um papel preponderante ao garantir que as necessidades da mãe e do bebé são garantidas.

Tem que haver uma boa sintonia entre o casal, cooperação e entendimento para que seja mais fácil alcançarmos o bem-comum, que é o de proporcionar o melhor para o nosso filho.

Se optássemos por lhe dar biberão, seria mais fácil dividir entre nós a tarefa de alimentá-lo. Especialmente durante a noite.

Para “aliviar” um pouco este processo, optámos por acoplar um berço à nossa cama (do lado da minha mulher), fazendo algumas alterações e retirando a grade lateral.

Desta forma, sempre que o L quisesse mamar, não havia necessidade de ninguém se levantar, reduzindo também o seu stress causado pelo choro.

Os bebés sabem muito bem o que querem, e o L não é excepção.

Abençoados bebés que têm essa sorte, e que têm pais (sobretudo a mãe) predispostos a garantir que essa premissa é cumprida.

Mas não é fácil, sobretudo para mãe.

A minha mulher é uma heroína, e sabes porquê?

O L foi para o berçário perto dos 6 meses, simplesmente porque a licença de maternidade chegou ao fim e não tínhamos com quem o deixar (esperemos que a licença de maternidade e parentalidade seja alargada…).

O berçário onde o deixámos fica a cerca de 1km do trabalho da minha mulher.

Fomos felizes neste aspecto, o que lhe permitiu usufruir do horário reduzido para amamentar sempre que o L precisasse.

Apesar de ser um troço pequeno entre a casa e o trabalho, o carro ficava estacionado na zona do berçário por ser mais fácil estacionar do que nas imediações do seu trabalho.

Parece estranho, mas causava menos transtorno ir a pé do que ir de carro (por causa do trânsito e não só).

Desta forma, devido às viagens a pé entre o berçário e o trabalho, a minha super-mulher fez 6 km diários, todas as semanas, durante 3 meses, só para amamentar o nosso filho.

No final da semana tinha feito 30km!

Quer fizesse chuva ou sol, lá estava ela.

amamenta

E não só é desgastante o facto de andar tanto a pé durante uma semana, como não nos podemos esquecer que o fez para amamentar, o que por si só já é desgastante.

Escusado será dizer que recuperou rapidamente a forma que tinha antes de engravidar!

Na brincadeira, ainda falámos que devíamos ter comprar uma trotinete!

No meio disto tudo, cabe ao pai assegurar que todo o processo decorre dentro da maior naturalidade possível.

Como? Retirando carga desnecessária à mãe, enquanto ela abdica de tudo o resto para realizar um puro acto de amor.

O pai também amamenta.

Não directamente, por motivos óbvios.

Mas ajudando de outra forma, estando ao lado da mãe nos momentos bons e nos momentos menos bons.

Sofrendo com ela se o bebé demora muito tempo a mamar, ou rejubilando de alegria se demora 10 minutos.

Dando-lhe o comer como se fosse um bebé, enquanto o verdadeiro bebé mama.

Como é possível não tratar das tarefas domésticos, enquanto um ser humano está a amamentar um bebé?

A vida é muito mais fácil quando ambos tomam decisões em conjunto e caminham na mesma direcção, embora com projectos e visões diferentes, mas complementares.

Estes momentos a dois entre a mãe e o filho são preciosos e únicos, mas eu e o meu bebé também temos os nossos momentos a dois.

Sim, porque o pai também os tem, e também precisa deles para criar um vínculo afectivo com o seu bebé.

 

Artigo relacionado: Um homem e um bebé

 

As vezes em que ele só queria o meu colo para se reconfortar de um choro compulsivo, ou as vezes em que adormeceu agarrado ao meu dedo, são alguns dos muitos momentos que não esquecerei.

O meu profundo agradecimento a todas as super-mulheres que amamentam os seus filhos, e respectivos super-homens que asseguram as suas necessidades e os seus bem-estares.

 

E, claro, em especial à minha menina.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O Respeito deve estar sempre presente

A superação dos medos e as primeiras conquistas não são fáceis. Implica respeito pelo desconhecido, quase como se fosse um salto de fé nesta transição.

Muitas vezes somos “empurrados” pela vida para enfrentar os nossos medos, só assim conseguimos evoluir.

Sair da nossa zona de conforto não é fácil.

Somos um animal de hábitos, e tornamo-nos avessos a tudo o que nos faça sair da nossa rotina. É quase considerado como se fosse uma ameaça à nossa sobrevivência, e como tal é colocada de parte.

Até um dia em que não pode ser mais ignorada.

Não é fácil para nós, adultos, e muito menos deverá ser para as crianças.

Medos inexplicáveis nesta vida, poderão fazer parte de traumas vividos num passado distante.

Ou poderão simplesmente serem “manias” infundadas.

O L não é excepção, e, tal como todas as outras crianças, tem os seus medos, que vai vencendo a pouco e pouco. As suas pequenas conquistas vão-lhe dando mais confiança e autonomia para que ele se possa tornar na pessoa que precisa ser.

A sua última conquista foi ultrapassar o medo de andar de elevador.

Muitos de nós, adultos, também temos esse medo.

 

Artigo relacionado: Pequenas conquistas

 

O que é perfeitamente normal, pois nem todos gostamos de estar fechados numa caixa, mesmo que tenha algum espaço.

Breves segundos podem tornar-se longas horas, que nunca mais teimam em passar.

Sempre respeitámos a sua decisão de querer subir e descer pelas escadas, embora lhe tenhamos colocado sempre duas opções: ou pelas escadas ou pelo elevador. Assim como quem não quer a coisa, podia ser que um dia ele optasse pelo elevador…

Nunca lhe impusemos nada.

Aliás, como em tudo na sua fase de crescimento.

Claro que custa subir vários andares pela escada, quando temos o elevador mesmo ao nosso lado à nossa espera…

Certo dia até dissemos que os pais iriam de elevador e ele iria de escadas sozinho, para ver qual a sua reacção. Não se fez rogado e não é que subiu os vários andares de escadas sozinho?! Enquanto a mãe foi no elevador, eu subi atrás dele, às escondidas, só para ver se ele realmente subia tudo sozinho, ou se iria parar a meio. E de facto subiu, inclusive a cantarolar!..

Todos os dias lhe perguntávamos se queria ir de escadas ou de elevador.

Todos os dias dizia que preferia as escadas.

Mas houve um certo dia, em que, agarrado ao seu peluche preferido, disse que queria ir de elevador!

Até antes de lhe termos perguntado alguma coisa.

Qual o motivo? Não sabemos, mas percebemos que estava preparado para assumir o novo desafio.

Claro, vai sempre ao colo de um de nós.

E se antigamente nem sequer queria carregar no botão para chamar o elevador, agora até interage e faz questão de carregar nos botões.

E os pais agradecem.

O que me leva a outro ponto, que é o respeito pelo seu ritmo de desenvolvimento.

Na sociedade actual, vivemos um período de consumismo frenético.

Temos o mundo na ponta dos dedos, onde podemos consultar no telemóvel qualquer tipo de informação, a qualquer hora.

Habituados que estamos a querer tudo no imediato, transmitimos esse estado de ser para os nossos filhos, inconscientemente ou não.

Gritar no trânsito para os carros que não andam, despachar rápido de manhã para não chegar tarde, tomar banho rápido para jantar rápido, etc…

Desde a mais tenra idade que os nossos filhos observam a nossa forma estar perante a vida. Todos os nossos movimentos são escrutinados ao pormenor, para que depois nos possam imitar. Faz parte do seu crescimento.

Que respeito estamos a mostrar pelo próximo com estas atitudes?

Que respeito estamos a mostrar pelo nosso filho, ao não lhe permitirmos fazer as coisas no seu próprio ritmo?

Certo dia estávamos com o L em casa de um familiar, ainda mal ele sabia gatinhar.

Uns primos foram-nos visitar, e também levaram o seu filhote, mais ou menos com a mesma idade. Mas, em comparação com o L, o rapaz já gatinhava que se fartava. Parecia um soldado na trincheira a fugir do inimigo, com o turbo ligado, se é que me faço entender!

Claro, houve logo motivos para comparações, sendo o gatinhar o principal deles.

O pai do rapaz, ao ver que o L quase nem gatinhava, teceu um comentário, a dizer que bastaria uma ajuda da nossa parte (para ser mais correcto, o termo utilizado foi “empurrão”) para o forçar a gatinhar.

 

respeito

 

Ou seja, apressar o desenvolvimento natural do L.

Impor a nossa vontade e o nosso ritmo às suas necessidades.

A minha menina disse-lhe simplesmente que também não se força uma borboleta a sair do casulo. Sai quando estiver pronta.

Hoje o L corre que se farta e aventura-se cada vez mais a fazer coisas novas.

Sabe que tem pais que respeitam as suas escolhas e a sua individualidade, e isso nota-se na sua forma de estar perante a vida.

Maria Montessori dizia que “as crianças são seres humanos a quem se deve o devido respeito, superior a nós pela razão da sua inocência e pelas grandes possibilidades do seu futuro”.

O respeito e confiança no desenvolvimento e nas capacidades do nosso filho mostraram-se cruciais para que o L seja um menino confiante, independente, e cada vez mais audaz.

É maravilhoso observar o seu crescimento.

Qual o teu ritmo?

Qual o ritmo que exiges dos outros?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Pequenas conquistas

As pequenas conquistas são feitas através de pequenos gestos.

Pequenas intenções de querer fazer algo que ainda não sabemos como fazer, mas que queremos e precisamos, porque o nosso corpo assim o pede.

“Ensina-me a fazer sozinho”, poderá ser uma das frases mais emblemáticas de Maria Montessori.

Explica, muito sucintamente, a necessidade imperativa que os bebés e as crianças têm de serem autónomos desde muito cedo.

Enquanto adultos, não é fácil compreender o que se passa nas suas mentes.

 

Artigo relacionado: Os terríveis dois anos! E agora??

 

Para quem não conhece, e muito resumidamente, Maria Montessori nasceu em 1870, e foi a primeira médica italiana. Como se pode imaginar, nessa época as mulheres não tinham os direitos que hoje têm.

Sofriam de um estatuto inferior ao dos homens.

Era sempre acompanhada pelo seu pai às aulas na universidade porque não era bem visto uma mulher andar sozinha na rua. Nas aulas práticas, em que era necessário o professor demonstrar algo numa mesa, ela ficava sempre atrás dos homens, raramente conseguindo ver alguma coisa. Nas aulas teóricas, o seu lugar era sempre na última fila.

Mas isso não a desmoralizou, e concluiu o curso com distinção.

Ofereceram-lhe depois trabalhos que ninguém queria fazer (ou pelos quais não haviam interesse), como por exemplo visitar as alas psiquiátricas de asilos. Reparou então que as crianças que ali estavam não tinham as mínimas condições humanas para viverem dignamente. Eram crianças com necessidades especiais e desfavorecidas, que viviam em condições menos boas. Eram consideradas mentalmente atrasadas porque não sabiam ler nem escrever.

Maria Montessori interessou-se por estas crianças, observou-as e estudou-as, proporcionando-lhe condições (fundou o primeiro espaço para estes alunos, a Casa dei Bambini) para que pudessem desenvolver as suas capacidades motoras, e não só.

Em conjunto com os artesãos e marceneiros da época, desenvolveu materiais de aprendizagem específicos que foram utilizados pelas crianças, para desenvolverem as suas competências.

 

Artigo relacionado: Trabalhos Manuais

 

Em pouco tempo, estas crianças aprenderam a ler e escrever, ficando aptas a fazerem os exames nacionais da época. Não só os fizeram, como passaram com mérito!

Tornou-se assim uma importante pedagoga, ao desenvolver um método de ensino que respeita a individualidade de cada criança.

Maria Montessori dedicou-se a esta causa até à sua morte, criando inúmeras escolas em diversos países, para continuarem o seu legado.

Este foi o início do método pedagógico de ensino Montessori, que ainda hoje perdura no mundo inteiro e que está em crescendo no nosso país.

É muito gratificante poder acompanhar as primeiras conquistas do L desde o seu nascimento.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

Antes de ele nascer, já estávamos relativamente familiarizados com o método pedagógico de Maria Montessori. Estabelecemos que iríamos seguir o melhor que conseguíssemos os princípios aí definidos. Mas seguindo sempre a nossa intuição, o desenvolvimento e as necessidades do nosso bebé.

Desde muito cedo que o L demonstrou resiliência em querer fazer as coisas bem feitas, não desistindo enquanto não as conseguia fazer. Um desses momentos é o momento em que ele tenta encaixar o cilindro de pinça (feito por mim) no orifício.

Ficou cerca de dois minutos a tentar fazer esse movimento, treinando e encaixando diversas vezes! Quanta paciência e persistência num ser tão pequenino!

 

 

É fascinante presenciar estes momentos, especialmente quando ele se autocorrige na pega do cilindro. Imagino que seja uma actividade que possa ser frustrante para um bebé, porque ainda não tem as capacidades motoras suficientemente desenvolvidas para que possa efectuar com sucesso estes movimentos.

Ainda hoje, com os seus quase 3 anos, podemos ter a bênção de presenciar as suas conquistas. Por vezes diz que não consegue, quando está com sono e não paciência, o que é perfeitamente normal. Até nós, adultos, ficamos sem paciência quando estamos com sono.

Mas com um pouco de incentivo e autoconfiança, lá consegue fazer as coisas sozinho e fica todo contente, com um sorriso de orelha a orelha: “O L consegue!”.

Um desses momentos é quando ele quer calçar as suas pantufas e vem sempre ter connosco para o ajudarmos. Começamos-lhe a dizer que consegue e ele por vezes tenta, outras vezes não lhe apetece. Quando tenta sozinho, acaba por nem sempre conseguir.

Mas com um pouco de reforço positivo da nossa parte e o querer e a persistência do lado dele, muitas das vezes acaba por conseguir calçá-las,

E lá fica ele todo feliz.

E claro, o tirar os sapatos está a ser outra das conquistas, porque nem sempre é fácil perceber que primeiro é necessário tirar o calcanhar, para depois tirar o resto do pé do sapato… mas ele lá se desenrasca, embora nem sempre.

Quando eu calço os meus ténis, ele até já me diz como é que devo atar os atacadores e finge ajudar-me (claro, à sua maneira)!

Outro dos exemplos é quando o visto de manhã.

Ele gosta sempre de dar o jeito final de puxar as calças para cima, e já ajuda a agarrar a manga do body com as mãos quando veste a camisola por cima (para depois a manga do body não fugir e não termos que ir andar à pesca…).

Esta fase das frustrações e pequenas conquistas pode fazer parte também dos chamados terríveis dois anos, mas penso que é um período muito importante para eles.

Uma boa dose de paciência e reforço positivo revela-se essencial para desenvolverem a sua independência e autoconfiança.

Sempre que o vejo frustrado ao não conseguir fazer alguma coisa, não interfiro logo.

Espero um pouco e observo o desenrolar da situação. Porventura acabo por perguntar se posso ajudar, e deixo-o tomar a decisão. Umas vezes aceita, outras vezes não. Mas pelo menos sabe que tem o apoio de um adulto, se precisar.

Lembro-me muitas vezes de outra frase emblemática de Maria Montessori: “Nunca ajude uma criança a fazer algo que sabe que consegue fazer sozinha”.

É através da frustração que a determinação ganha outro significado, e as pequenas conquistas são feitas, rumo à independência.

E como é fascinante presenciar estas conquistas…

Como é a tua interacção com os nossos pequenos mestres?

Deixa o teu comentário.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Regresso ao futuro

É sempre bom relembrar o nosso passado, quais são as nossas raízes. Qualquer que tenha sido o caminho que percorremos, bom ou mau, mas que nos permitiu chegar onde estamos neste preciso momento. Uma espécie de regresso ao futuro, que nos permite perceber que acções fizemos no passado que possam ter impactado a nossa situação actual.

Não é fruto do acaso, nem coincidência. Não é sorte, nem azar.

É sim, fruto do nosso querer, da nossa vontade de chegar a algum lado.

 

 

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O nosso subconsciente é muito poderoso, no sentido em que o podemos moldar à realidade que desejamos que aconteça. Exige prática, dedicação, empenho, reforço constante dos nossos pensamentos.

Muitos de nós já o fazemos de forma inconsciente, mas fazê-lo de uma forma consciente permite-nos alcançar os patamares que desejamos, e não os que a vida nos impõe, como se fosse um acaso.

Mal sabia eu que, há alguns anos atrás, iria estar nesta posição, a ajudar a espalhar o nome Montessori através da minha arte.

Que iria ser este o meu futuro.

Tudo começou com a minha vontade de querer fazer algo com as minhas mãos, trabalhos manuais.

Sempre gostei de o fazer, mas durante vários anos coloquei essa sensação de lado. São fases da vida que nos fazem optar por caminhos que nem sempre são os desejados.

 

Artigo relacionado: Como trabalho a madeira

 

Mas a vontade de mudar foi maior, e recomecei a ganhar o gosto pelos trabalhos manuais através da arte de trabalhar a madeira. Ao embrenhar-me cada vez mais, fui ganhando um gosto e respeito cada vez maior por esta arte. Sou também um curioso e autodidata por natureza, o que me permite ir sempre à procura de respostas fora do meu círculo habitual de conhecimento. Desta forma, permito-me expandir a minha consciência e sair da minha zona de conforto.

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Na imagem em cima, uma caixa feita em madeira maciça de pinho com tampa e fechadura. Aprendi muito sobre junções das madeiras, como colocar dobradiças e fechos. Na imagem em baixo, uma pequena aprendizagem que tive em talha, ao fazer um floral como trabalho final, em cerejeira.

Só desta forma conseguimos evoluir.

Se existe um problema, existe uma solução. De que vale a pena focarmo-nos no problema, e não na solução? A solução está à nossa volta, mas para que possamos descobrir, é preciso retirar a atenção do problema. É bom termos consciência dele, mas não mais do que isso. Depois é preciso encontrar a solução, porque ela existe.

E só assim adquirimos novos conhecimentos, que muitas vezes não sabemos onde nos levam. E se calhar nem precisamos de saber no imediato, mas iremos perceber melhor, um dia.

 

Nas primeiras vezes que enveredamos por uma nova arte, os primeiros trabalhos são sempre um pouco “toscos”. Por mais que queiramos fazer algo bem logo nas primeiras vezes, é complicado, porque o nosso cérebro e o nosso corpo ainda não estão habituados nem preparados para esses trabalhos. É preciso treiná-los, para desempenharem bem as tarefas a que nos propomos fazer.

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Os meus primeiros trabalhos feitos em madeira maciça de pinho. Na imagem de cima, uma moldura. Na imagem de baixo, um tabuleiro. Existem muitas imperfeições visíveis a olho nu, nesta minha primeira abordagem, que me permitiram crescer muito ao ver onde errei.

 

Os nossos músculos têm memória, e também aprendem a fazer as coisas de uma determinada forma. É muito importante estarmos concentrados e ter consciência do que estamos a fazer, para que possamos educar correctamente o nosso corpo. O que pode ser aprendido a fazer de uma forma correcta, também pode ser aprendido a fazer de uma forma incorrecta.

A memória muscular é muito importante nos trabalhos manuais, e é algo que não pode ser descurado.

 

Artigo relacionado: A Arte de Bem Serrar

 

Estudos dizem que são precisas cerca de 10.000 horas (!) de trabalho para ficarmos mestres num determinado trabalho, numa determinada arte.

Ainda me falta um longo caminho para percorrer (e não sei se alguma vez irei lá chegar), e muito sinceramente, não é isso que me move. A principal motivação é sentir-me bem a fazer algo que gosto, e que também vai ser útil para as outras pessoas. Fazer algo que deixe a minha mente sã e o meu corpo cansado, um cansaço “bom”. O resto vem por acréscimo.

Os meus primeiros trabalhos foram bastante “toscos”, sem dúvida, e sem qualquer tipo de acabamento. Muito “crús”.

Mas aprendi muito.

Percebi precisamente como não queria fazer, e por que caminho não quereria enveredar. Ao ver os resultados finais, percebi onde tinha que melhorar. O “como” vem com a experiência.

Ajudou-me imenso.

E, nesta área, é muitas vezes necessário fazermos nós próprios um modelo (ou até uma ferramenta) que nos ajude a trabalhar melhor: o chamado gabarito ou bitola. Pode até ser algo feito à medida, usado especialmente só para aquela ocasião específica.

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Na imagem de cima, uma caixa de esquadria, que serve para serrarmos as peças de madeira em determinados ângulos. Na imagem de baixo, uma bitola que serve para prendermos as peças que estamos a trabalhar.

 

Aprendi sobre as várias junções que existem para unir as peças de madeira.

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Na imagem à esquerda, um graminho, que serve para marcar e delimitar a madeira, antes de ser serrada, de forma a proporcionar um corte perfeito. Na imagem à direita, o martelo do Thor! Assim parece, mas foi um maço feito a partir de peças rectangulares, que me permitiu aprender mais sobre como tornear a madeira.

Quando se fala em marcenaria, provavelmente a primeira imagem que nos aparece são peças de madeira unidas com pregos, e que o marceneiro só utiliza pregos.

Nada podia estar mais longe da verdade.

Perceber qual a melhor junção para uma determinada situação e saber unir peças de madeira é quase uma arte. A união terá que ser tão perfeita quanto possível, para que não cause problemas estruturais ao objecto em si. E também para que fique esteticamente agradável de se ver.

Durante o meu percurso fiz vários objectos, e aventurei-me inclusive em fazer cadeiras e mesas, todas em madeira maciça, e feitas à mão.

 

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Cadeira toda feita em pinho maciço com ferramentas manuais, que me permitiu aprender um pouco mais sobre junções e o método de construção de cadeiras.

 

Já referi que aprendi muito neste processo…?

A concepção da cadeira foi muito importante, porque permitiu-me expandir os meus conhecimentos e sair da minha zona de conforto. Foi o meu último projecto na primeira vez que tive um contacto mais directo e dedicado a trabalhar a madeira. Digamos que foi uma espécie de “teste”, para ver quem conseguiria fazê-la num curto espaço de tempo, e com pouco tempo de formação. Consegui terminar, apesar de ficar com muitos erros e imperfeições. Mas aprendi muito.

Sabias que existem pessoas exclusivamente dedicadas a esta arte de fazer cadeiras, que se chamam os cadeireiros?

E compreendo o porquê, porque existem muitos pormenores a ter em atenção.

Numa fase mais posterior, e já com mais alguma experiência nesta área, fiz uma mesa de centro de sala, também em madeira maciça, que é neste momento a que o meu filho usa para os seus “trabalhos”. É a mesa onde ele explora as artes gráficas e desenha quadros lindíssimos, que só ele sabe fazer.

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Mesa feita em pinho maciço, que, ao contrário das peças anteriores, já tem um acabamento com verniz. À medida que fui progredindo e ganhando mais experiência, as peças de madeira começaram a ficar com outra qualidade notória.

Toda feita apenas com ferramentas manuais.

Também aprendi muito com este projecto, e como aplicar um acabamento que permitisse proteger a madeira, bem como realçar os veios desta matéria-prima natural.

 

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Mal sabia eu que este seria o início de um caminho que me iria permitir estar ao serviço dos outros.

Que caminho percorres para ajudar os outros?

Já experimentaste olhar para trás e ver onde te levaram as acções que tomaste?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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O caminho faz-se… caminhando

Por vezes é necessário parar um pouco para repensarmos quais os nossos objectivos, e validarmos se estamos no caminho certo. É muito fácil desviarmo-nos do percurso traçado. Mais fácil é quando não vemos os resultados imediatos. Na sociedade em que vivemos, de consumismo rápido e descartável, em que temos o mundo na ponta dos dedos, queremos tudo para ontem e já não sabemos o que é esperar. O dinheiro de plástico é imperador soberano, as novas tecnologias estão disponíveis para quem quiser, e já não sabemos o que é estar desligado. Mas por vezes somos obrigados a parar e olhar para o caminho que estamos a fazer. São paragens “obrigatórias”, como se de um carro de corrida se tratasse em que tem parar para mudar os pneus. São paragens que nos permitem perceber qual o próximo passo. Normalmente é necessário desbloquear algo para que possamos avançar. O caminho faz-se… caminhando.

Depois de um longo tempo parado sem escrever, estou finalmente a conseguir voltar, e assim espero continuar.

Ainda não sei qual será a frequência com que irei escrever, mas espero manter o ritmo.

O que importa é começar. É sempre o passo mais importante, e por vezes, o mais complicado.

 

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Tudo tem um motivo de acontecer, e surgiu a necessidade de dedicar a minha total atenção ao meu novo bebé tecnológico.

A semana passada foi o início de um marco importante. Finalmente consegui reunir todos os esforços para que conseguisse abrir as portas da minha casa tecnológica ao público: o site do Papai Tó.

É algo que já foi pensado (e começou a ser implementado) há cerca de um ano atrás.

Um ano!

Como o tempo passa!

As ideias surgem e queremos concretizá-las logo no imediato, mas surgem sempre alterações aos nossos planos que nos fazem mudar o rumo dos acontecimentos. Mas o importante é não perdermos o nosso foco e sabermos quais são os nossos objectivos.

Muitos conhecimentos foram adquiridos, e ainda falta muito mais para fazer. Poderia atrasar um pouco mais o seu lançamento, mas se fosse esperar até estar mesmo completo… então seria um adiamento infinito.

Não existe a perfeição, e busca pela perfeição pode tornar-se uma obsessão, de tal forma que pode influenciar a nossa forma de viver.

O essencial está feito e foi lançado com as mínimas condições possíveis.

Agora é ir adicionando o que falta, até ficar mais funcional e apresentável.

Se existem falhas? Claro que sim! Mas que serão corrigidas, e conto com o teu apoio, se detectares alguma. Há sempre algum pormenor a alterar, mas que não nos pode impedir de avançar.

Por exemplo, com certeza que já tentaste aceder à loja e reparaste que ainda não está operacional. Gostaria muito que já estivesse concluída, mas faltam muitos pormenores por definir, e ainda não posso abri-la. Será oficialmente aberta quando as condições estiverem reunidas, e espero não demorar muito tempo até o fazer.

Prevejo que muitas coisas boas aí virão, mas terão que ser assentes numa base sólida, consistente. Só assim perduram e só assim criam raízes para as gerações futuras.

O caminho faz-se… caminhando.

Claro que com isto tudo, existem outros projectos que ficam parados, outros tantos que abrandam o passo e entram no ritmo do caracol. Mas com certeza que já conheces a história da lebre e da tartaruga… apesar da tartaruga ter um passo mais lento, não significa que desista do objectivo, ou que se distraia facilmente. Foco, determinação, persistência e ritmo consistente são as palavras de ordem.

Quem “sofre” mais com estes abrandamentos é o meu filho L, o meu cliente mais fiel.

“Pede-me” constantemente que lhe proporcione melhores condições para que ele possa usufruir o melhor possível dos períodos sensíveis pelos quais está a atravessar.

Ou seja, demonstra-me, por gestos e palavras.

Gosto muito de o observar e perceber quais as suas necessidades, e acho que até já o faço de uma forma inconsciente. Por vezes, basta um pequeno gesto dele para perceber o que lhe faz falta naquele momento, o que o pode ajudar para facilitar a sua vida.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

No fundo, a aquisição e a consolidação de novas competências que o seu crescimento assim lho exige.

Ele tem uma paciência do tamanho do mundo, e quando menos espera ”aparece” algo feito por mim que ele tanto precisava.

Espero poder retomar brevemente ao ofício que tanto gosto.

caminho

O Papai Tó veio para ficar e vai deixar a sua marca, ao demonstrar que os portugueses também sabem fazer materiais pedagógicos (e não só) com qualidade.

Com matéria-prima proveniente de florestação sustentável e com acabamentos certificados que não prejudicam o meio-ambiente, e que por isso são seguros para os nossos bebés e crianças mexerem sem perigo para a sua saúde.

Espero sinceramente corresponder às expectativas, porque eles merecem o melhor, e, se possível, que seja português.

É com muita satisfação e alegria que vejo o movimento Montessori a começar a espalhar-se e a consolidar-se cada vez mais pelo nosso país, e este é o meu pequeno contributo para que os nossos pequenos mestres tenham a aprendizagem que merecem.

 

Quais as tuas expectativas em relação à integração de Montessori em Portugal?

O que estás a fazer para ajudar que este movimento floresça?

Deixa a tua opinião.

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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Móbiles Montessori

Deparámo-nos com o conceito dos móbiles ainda antes do L nascer, quando já tínhamos ambos colocado mãos à obra e começado a pesquisar sobre a melhor forma de o receber.

Claro que fazíamos questão que a casa estivesse o melhor preparada possível, e foi nessa altura que os universos de Montessori e Waldorf começaram a entrar cada vez mais na nossa vida.

Se anteriormente já faziam sentido, agora faziam muito mais.

Então, como preparar o ambiente o melhor possível?

Apesar de ele só ir começar a andar passados muitos meses, quisemos deixar a casa já minimamente preparada nesse sentido.

 

Artigo relacionado: Antes prevenir que remediar

 

Começámos por tapar as tomadas eléctricas nas paredes, começar a colocar as coisas à altura dele, um berço que nos permitisse acoplar à nossa cama sem uma das grades laterais.

Estes são alguns dos exemplos.

Mas ao pesquisar melhor o mundo Montessori, deparámo-nos com os móbiles!

Confesso que não sabia o que era um móbile, nem que era este o nome que se dava a este tipo de material.

E à medida que fomos pesquisando, mais sentido fazia a estrutura dos mesmos, e as aplicações que lhe eram dadas.

Pelo que entendi na altura, Montessori tem vários tipos de mobiles, que vão sendo aplicados consoante a evolução do bebé.

Não sou nenhum perito nesta matéria, e irei apenas falar do que pesquisei em relação a este assunto, e também da minha experiência enquanto pai presente.

Primeiro que tudo, é preciso ter consciência que os móbiles não devem ser apresentados quando o bebé está stressado de alguma forma, ou quando existe alguma necessidade básica por atender: cólicas, fome, fralda suja, etc.

Não devem ser colocados também no sítio onde o bebé dorme, não é essa a intenção. Convém ter a zona onde dorme separada da zona da brincadeira.

Por isso, não devem ser usados como forma de acalmar o bebé. Ele já tem que estar calmo e receptivo.

Devem ser sim, apresentados ao bebé quando ele está relaxado e predisposto para absorver o ambiente que o rodeia, em que tudo é novidade.

O objectivo é estimular, num ambiente controlado, o foco, a capacidade de seguir objectos, e a percepção das cores.

O primeiro deste móbiles é o Munari.

móbiles
Móbile Munari

O Munari é um móbile composto por 3 níveis de altura, com figuras geométricas a preto e branco e uma bola transparente, equilibradas entre si.

Deverá ser apresentado entre as 3-6 semanas de vida.

Antes mesmo do bebé conseguir ver as cores, só consegue ver a preto e branco e distinguir formas e sombras. Daí este móbile não ter cores, porque realmente não são necessárias. Desta forma, permite que o bebé consiga distinguir melhor o contraste entre os tons preto e branco. É também um móbile muito elegante e estimulante o suficiente, sem ser em demasia.

A bola transparente, ajuda a reflectir e a espalhar os raios de luz, criando um bonito efeito, ao mesmo tempo que não deixa de ser surpreendente para o bebé ver uma bola grande a flutuar no ar.

Das várias pesquisas que fiz, reparei que existe uma forma correcta de posicionar as várias imagens. Cada uma deve estar colocada numa certa posição, num determinado nível.

Confesso que não foi muito fácil equilibrar todo este sistema (é um verdadeiro exercício de paciência e equilibrismo), mas uma vez feito… é muito relaxante vê-lo a funcionar. A forma elegante como as diversas imagens interagem entre si, parece que estão entrelaçadas numa dança hipnotizante.

Sinceramente não me recordo quando tempo deixámos este móbile pendurado, mas foi dos móbiles que durou mais tempo…

Quando reparámos que o L não já não dava muito atenção a este móbile, trocámos para o seguinte.

O Octaedro (assim se chama o móbile que deverá ser colocado depois do Munari), é composto por três octaedros (daí o seu nome).

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Móbile Octaedro

Nesta fase, o bébé já consegue distinguir algumas cores, e por isso as três formas geométricas representam as três cores primárias (azul, amarelo e vermelho). São colocadas a alturas diferentes para que o bébé tenha a percepção da distância e possa treinar o foco visual.

Deve ser apresentado entre as 5-8 semanas de vida.

Das pesquisas que fiz, reparei que não existe uma posição específica para cada forma geométrica, por isso optei por colocar o que tem a cor amarela mais em baixo. Não sei se existe algum estudo científico em relação a este pormenor, porque reparei que não existe muita coerência em relação a este aspecto.

Queria que os octaedros tivessem cores suaves, mas ao mesmo tempo apelativas. Por isso andei de loja em loja à procura da cartolina que tivesse a cor certa. E também não podia ser uma cartolina muito grossa que não desse para dobrar, nem uma cartolina muito fina que fosse impossível de trabalhar. Foi uma lotaria, mas lá consegui encontrar o que queria…

O que dá mais trabalho, neste móbile, é recortar os octaedros e colar muito bem, sem estragar nada. Não é muito fácil, já que nas dobras as cores podem ficar um pouco “rasgadas” e sumidas, mas nada que não se faça, com paciência e algum jeito.

Li algures que, os octaedros foram feitos para ter como base a percepção das proporções geométricas, as suas relações e padrões. Foram assim denominados pelo antigo filósofo grego, Plato.

Do que me recordo, o L não se entreteve muito com este móbile, e o efeito surpresa desvaneceu-se cedo.

O nosso bebé queria mais, e então lá fomos colocar o móbile seguinte: o Gobbi.

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Móbile Gobbi

O Gobbi é um móbile composto por 5 bolas, com 5 tons variantes de uma só cor.

Pode ser apresentado entre as 6-8 semanas.

Tem como objectivo ajudar a aperfeiçoar a visão do bébé, ao ter uma ligeira variação de tom de cor de uma bola para a outra.  O bébé percorre estas ligeiras variações de tons para a frente e para trás, ao mesmo tempo que os seus olhos ajustam o foco da bola que está mais perto para a bola que está mais afastada da sua visão.

Pode ser feito praticamente com qualquer cor base. Nós optámos pelo azul, com cores suaves.

Aqui houve uma grande ajuda da minha mulher, porque foi ela que fez praticamente tudo: comprou as bolas, as linhas com as cores, e enrolou a linha à volta das bolas.

Eu limitei-me apenas a pendurar as bolas, de acordo com um ângulo específico, para que fiquem em escada.

Claro que este móbile é muito apetecível, porque nesta fase o bebé já começa a querer agarrar objectos e é uma verdadeira tentação bater nas bolas e vê-las a dançar no ar.

E como não há três sem quatro, quando o L começou a mostrar desinteresse pelo Gobbi, mostrámos-lhe os Dançarinos.

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Móbile Dançarinos

Os Dançarinos é um móbile formado por 4 figuras que se assemelham a 4 pessoas a dançarem, em várias posições.

Pode ser apresentado sensivelmente a partir das 12 semanas.

Aquando das minhas pesquisas, verifiquei que existem várias cores que se podem utilizar e combinar para formar as figuras. Não me pareceu existir nenhuma “regra”. Por isso, resolvi utilizar duas cores que ainda não tinha utilizado muito, o vermelho e o prateado. As cores são ligeiramente brilhantes, mas não em demasia.

Os Dançarinos ajudam o bebé a ter a percepção de profundidade, bem como no foco de imagens visuais em movimento. E este móbile é muito propício em movimento, porque existem muitas figuras que facilmente “dançam” com a mais pequena brisa, devido a serem feitos com material leve.

O contraste das cores, a reflecção da luz e a suavidade dos movimentos ajudam a captar a atenção do bébé.

Em vez de serem dançarinos, também se vêm móbiles construídos com formas de baleias, andorinhas, borboletas, etc.

Nesta fase já fica um pouco ao nosso critério que tipo de figuras apresentar e ir trocando, já que existem mesmo muitas variações.

A lista é vasta.

Alguns são muito bonitos de se ter em casa, mesmo para nós, adultos. Tornam-se muito relaxantes.

Estes primeiros móbiles podem ser feitos por qualquer pessoa, com um pouco paciência e tempo.

Nós parámos no móbile dos dançarinos, porque achámos que para o L não valia a pena fazer mais. Ainda gostaria de ter feito mais, mas para ser sincero, acho que a principal razão foi porque o nosso tempo disponível para os fazer já não era muito… mas por um bom motivo, claro!

E o L também não se entreteve durante muito tempo com este móbile.

Depende de cada bebé, uns gostam mais de um certo tipo de móbiles do que outros.

A forma de colocar os móbiles é feita sempre da mesma forma: a cerca de 30 cm da cara do bebé (é a distância máxima que eles conseguem ver quando são muito novos), e por cima do seu peito (não directamente acima da sua cabeça). Desta forma, ajuda-o a focar os objectos que estão um pouco mais longe da sua visão, e sem forçar muito o pescoço ao olhar para cima.

Os móbiles devem ser trocados a cada 2-3 semanas, para o bebé não se aborrecer, e para provocar novos estímulos.

Não exista uma fórmula que funcione para todos, e o número de semanas para apresentar cada móbile é apenas uma referência. É necessário, sobretudo, conheceres o teu bebé e perceberes quando é altura de mudar de móbile.

Penso que o principal é que o teu bebé seja um bebé feliz e estimulado na medida certa, no tempo certo. Com ou sem móbiles.

Para isso, precisas ser um pai/mãe presente na vida do teu filho. Conhecê-lo.

 

Artigo relacionado: A importância de ser um pai Presente

 

Não são os móbiles que vão fazer de ti um pai/mãe Montessori. Ou que possas dizer que o teu filho é um bebé Montessori.

É muito mais importante a forma como estás presente na sua vida, no seu crescimento. E respeitar as suas opções, proporcionando-lhe desde muito cedo condições para que seja uma criança autónoma, livre e responsável.

Já tinhas ouvido falar destes móbiles?

Chegaste a fazer algum?

Qual é a tua opinião sobre os móbiles, achas que cumprem o seu propósito?

 

Obrigado pela tua presença.

 

 

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